sábado, 15 de outubro de 2011

Estamos apenas no alvorecer

"Amanheceu o dia tão ansiosamente esperado", com estas palavras o papa João XXIII, Angelo Giuseppe, iniciava o discurso de abertura do Concílio Ecumênico Vaticano II em 11 de outubro de 1962.
Porém, poucos meses depois, em 03 de junho de 1963, o "papa bom", como era conhecido, vem a falecer. Na ocasião, o então arcebispo de Milão João Batista Montini, futuro Paulo VI, assim se expressava:
"O papa João nos fez ver que a verdade, em primeiro lugar a verdade religiosa, tão difícil, também nas suas inevitáveis exigências de linguagem, de conceito e de crença, não é feita para dividir as pessoas e para acender entre elas polêmicas e contrastes, mas para atraí-las a unidade de pensamento, para servi-las com zelo pastoral, para infundir nos corações a alegria da conquista da fraternidade e da vida divina. Já o sabíamos, mas ele nos fez sentir a experiência [...] Sobre estas pegadas, outra perspectiva se abre diante dos nossos olhos, iluminada pela cândida figura do papa João: não olhemos mais para trás, não mais para ele, mas para o horizonte que ele abriu para a caminhada da Igreja e da história. Se ainda quiséssemos deter o olhar sobre o túmulo, já selado, poderíamos falar da sua herança, que este túmulo não pode conter, do espírito que ele infundiu no nosso tempo e que a morte não pode sufocar; e seríamos obrigados não mais a descrever o seu passado, mas a definir o futuro que dele brota. O quê deixa João XXIII para a Igreja e para o mundo que não poderá morrer com ele? É difícil a arte da profecia, mas, neste momento, ela parece tornar-se mais fácil e quase impor-se na evidência de algumas premissas, colocadas pelo papa de quem choramos a morte. João traçou algumas pista spara a nossa caminhada que será sábio não só recordar, mas seguir".

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