sábado, 21 de janeiro de 2012

Santa Inês


Sua existência é bem documentada. Viveu nos inícios do século IV e, em idade muito jovem, foi vitima da perseguição de Dioclesiano (a partir de 303). Sua popularidade e a devoção de que e circundada dão crédito às várias lendas transmitidas oralmente ou por escrito. O Papa Damaso fala de seu martírio numa fogueira (tradição grega). O poeta Prudêncio, porém, informa que a jovem, depois de ter sido exposta à ignomínia num lugar de má fama por não ter aceito sacrificar à deusa Vesta, foi decapitada por um golpe de espada (tradição latina). Assim comenta Santo Ambrósio o martírio de Inês: “Num corpo tão pequeno, havia lugar onde ferir? As meninas da sua idade não conseguem sustentar o olhar irado dos pais, e a pontada de uma agulha as faz chorar. Mas Inês oferece todo o seu corpo ao corte da espada, que o carnifice brande contra ela com todo furor”. A literatura construiu em torno a Inês uma imagem semelhante a de outras santa jovens também: Águeda, Luzia, Cecília. Todas estão no Cânon Romano da Liturgia da Missa. De acordo com a lenda popular, o próprio filho do prefeito de Roma teria atacado a dignidade virginal de Inês. Rejeitado, denunciou-a como cristã. O prefeito Sinfrônio, então, em pessoa, depois de ter insistentemente exigido que queimasse incenso a deusa Vesta, a expôs num prostíbulo. Inês saiu intacta daquele lugar: o único homem que ousou aproximar-se dela caiu sem via aos seus pés. Neste lugar, então o Circo e Domiciano, foi erguida a igreja de Santa Inês “in Agone”, que dá para a Praça Navona, em Roma. Não vencido, o prefeito a fez martirizar. A jovem – tenro e cândido cordeiro (Inês em latim é ‘Agnes”, cordeiro) - oferece sua vida àquele que, também por sua entrega, tirou o pecado do mundo. Um antigo rito, celebrado todo 21 de janeiro, recorda o seu martírio: de manhã são abençoados dois cordeiros, que são oferecidos ao papa, para que, de sua lã, se confeccionem os pálios dos arcebispos. Esta cerimônia tem lugar na basílica de Santa Inês onde seu corpo foi sepultado.

Pe. Antonio Almeida
Fonte: O pão nosso de cada dia – mês de janeiro

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